Literatura e princípios civilizacionais afro-brasileiros: reflexão e ensinagens 

Por que fazer este curso? 

Conforme têm reiterado os estudos das ciências humanas e as ações e denúncias das militâncias negras, a abolição da escravatura no Brasil não garantiu aos afrodescendentes condições de cidadania e inclusão. O racismo estrutural que passou a constituir a sociedade brasileira, em grande medida, explica “por que a história, a filosofia, a literatura, a arte etc. dos grupos étnicos africanos nunca tenham sido matéria de conhecimento formal em nosso país e, em consequência, não façam parte da memória oficial brasileira, ficando excluídas do sistema educacional como um todo” (PADILHA, 2017, p. 11).

No que se refere detidamente à literatura, essa proposição é ratificada e ganha contornos complexos no esquema conceitual de Leda Maria Martins (2003), que demonstra como a “textualidade dos povos africanos e indígenas, seus repertórios narrativos e poéticos, seus domínios de linguagem e modos de apreender e figurar o real [foram] deixados à margem, não ecoaram em nossas letras escritas”.

Como reação a essa conjuntura e em exercício de reforço da Lei nº 11.645/08, dando visibilidade à significativa presença dos sujeitos e saberes negros no Brasil, este curso pretende mobilizar obras literárias de autoria negra, explicitando de que forma os princípios civilizatórios afro-brasileiros, sistematizados por Azoilda Trindade (2010), estão inscritos nessas obras e podem estruturar potentes práticas pedagógicas nos diversos segmentos da educação básica brasileira.

Programa 

• Diáspora negra, literatura e oralituras no Brasil. 
• Os princípios civilizacionais afro–brasileiros e a educação. 
• Memória e Corporeidade: fabular a história 
• Oralidade e Energia Vital (axé): a palavra como tradição viva 
• Ancestralidade e Comunitarismo: eu sou porque somos  
• Por um novo paradigma no ensino-aprendizagem de literatura