Formada em Psicologia, pela PUC-SP, Adriana Klisys é escritora, palestrante e consultora em processos criativos que integram Ludicidade, Arte e Cultura. Autora do livro ‘Brinquedos do Brasil: invenções de muitas mãos’, é também Curadora da Exposição que leva o nome desta sua obra e é promovida pelo SESC Departamento Nacional.

Foi finalista do prêmio Jabuti em 2011 na categoria paradidático, com o livro “Quer Jogar?”, Edições SESC-SP.
Viagem Lúdica é a sua mais recente publicação.

Em um mundo onde as infâncias são permeadas por estímulos digitais intensos, esta conferência convida a embarcar numa jornada de redescoberta do essencial. Ela desvenda como rotas autênticas de brincar livre — com elementos naturais e objetos cotidianos — funcionam como um pilar fundamental para o desenvolvimento humano integral, enriquecendo a experiência da criança em um cenário tecnológico. É um convite para redescobrir ferramentas atemporais: do pedaço de giz que transforma o chão em um mapa de aventuras à caixa de papelão que se transforma em nave espacial, demonstrando que as soluções mais ricas para infâncias saudáveis muitas vezes residem justamente na sua essência elementar que impulsiona a criatividade e a autonomia, assegurando o espaço genuíno para a criança ser e viver sua infância em plenitude. Essas experiências, cultivadas na espontaneidade do brincar, são o alicerce para desenvolver a resiliência, o pensamento crítico e a capacidade de inovar – competências primordiais para os desafios e as oportunidades do século XXI.

Adriana Friedmann é pós-doutora em Artes pela UNESP, doutora em Antropologia pela Faculdade de Ciências Sociais da PUCSP, mestre em Educação pela UNICAMP e pedagoga pela Faculdade de Educação da USP. Coordenadora e docente do curso de pós-graduação "A Vez e a Voz das Crianças: Escutas Poéticas e Antropológicas das Infâncias" na FACON. Como pesquisadora da infância, atua em consultoria nacional e internacional junto a ONGs, fundações, secretarias, escolas, entre outros.

Adriana é também a criadora e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Simbolismo, Infância e Desenvolvimento (NEPSID) e do Mapa da Infância Brasileira. Ao longo de sua trajetória, formou educadores e pesquisadores na área da infância e em pesquisas biográficas. Além disso, é autora de vários livros e artigos sobre a temática.

As crianças estão o tempo todo se expressando, contando de si, o que sentem, o que vivem: elas narram dos seus interesses, das suas necessidades e dão indícios dos seus potenciais. (Re)conhecê-las e acolhê-las a partir das suas linguagens expressivas verbais e não verbais - a partir das suas brincadeiras, produções artísticas e criativas, das suas escolhas, comportamentos, dos seus corpos, gestos, movimentos, dos seus sonhos; é desafio urgente para escutar suas ´vozes´ e refletirmos a respeito da profundidade e simbolismo dos seus mundos. Este é o convite: vamos pedir licença a elas para adentrarmos seus mundos?

María Emilia López é especialista em educação e leitura na primeira infância. Já atuou  como assessora de programas de política pública dedicados à primeira infância no México, Brasil e Colômbia. É autora de Um Pássaro de Ar – A formação dos bibliotecários e a leitura na primeira infância (Solisluna, Selo Emilia, 2025) e Um Mundo Aberto. Cultura e Primeira Infância (Solisluna, Selo Emilia, 2018). Dirige a creche da Faculdade de Direito da UBA, onde coordena o Programa de Escrita para Docentes “Escrever as práticas é construir mundos” e o Programa de Pesquisa e Formação Docente Contínua. Recebeu o Prêmio Pregonero 2014 por seu trabalho com a leitura e a experiência de biblioteca na primeira infância.

Em breve...

Rodrigo Nejm, Doutor em Psicologia, co-líder do eixo digital e especialista em educação digital no Instituto Alana. Fez estágio de pós-doutorado na Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal da Bahia pesquisando relações interpessoais mediadas por tecnologias digitais, proteção online e privacidade. Trabalha há 20 anos como psicólogo social na proteção dos direitos de crianças e adolescentes, bem-estar digital, educação digital para a cidadania e processos de participação. Atuou por 17 anos como Diretor de Educação (de 2007 a 2023) na SaferNet Brasil. Desde 2012 é membro do Grupo de Especialistas das pesquisas TIC Kids Online e TIC Educação do Cetic.br e membro do Grupo de Pesquisa em Interação, Tecnologias Digitais e Sociedade (GITS/UFBA). Pai de menino (6 anos), curte muito tecnologia e é apaixonado por esportes em contato com a natureza, de preferência com água salgada.

Assim como cuidamos da alimentação para garantir o crescimento saudável, também precisamos refletir sobre o que compõe a “dieta digital” oferecida às crianças e adolescentes. Esta conferência convida famílias, educadores e especialistas a debater como cultivar hábitos digitais "equilibrados e nutritivos", que respeitem os tempos das infâncias e favoreçam o desenvolvimento integral. Em um cenário de adultização e conexão constante, defender a cultura das infâncias — por meio do livre brincar, das artes, do contato com a natureza, da escuta sincera e da convivência — é um gesto de resistência, cuidado e justiça geracional.

O desenvolvimento integral no mundo cada vez mais digital exige responsabilidade compartilhada: famílias, escolas, empresas e Estado ouvindo e valorizando as perspectivas das crianças para frear a exploração comercial, a publicidade direcionada e os designs manipulativos que capturam atenção e distorcem prioridades. Afinal, não existem “nativos digitais” — todos precisam de conexões intergeracionais para desenvolver habilidades sociais, emocionais e técnicas que permitirão converter as oportunidades digitais em benefícios. A conferência também trará reflexões sobre o novo marco legal brasileiro (PL 2628/2022), apontando caminhos para políticas e práticas que protejam direitos, garantam bem-estar e ampliem as oportunidades de aprender, brincar e crescer com dignidade — dentro e fora das telas.

Ilana Katz, psicanalista, Doutora em Educação na FE/USP, pós-doutorado em Psicologia Clínica no IP/USP.  Integrante da Rede Nacional de Pesquisas em Saúde Mental de Crianças e Adolescentes (SMCA). É integrante do conselho consultivo do Instituto Cáue — Redes de Inclusão; é co-coordenadora do Micélio – Programa de Co-formação de Jornalistas-Floresta no Xingu e colunista de Sumaúma, Jornalismo no centro do mundo.

Nessa conversa, abordaremos as condições de estabelecimento da experiência das crianças na relação com a cultura que habitam para situar as relações entre sexualidade e a curiosidade como o motor fundamental do pensamento.