A escola pode ser um território vivo. Um espaço onde crianças e educadores constroem narrativas que respeitam as singularidades, as inferências e a potência do brincar. Quando olhamos com lentidão para as criações das crianças, múltiplas janelas podem se abrir para nutrir suas vivências e investigações.
Como educadores, somos convocados a sustentar não apenas um olhar atento, mas um corpo inteiro e disponível. Um corpo que se coloca em relação, que se aproxima e compreende que objetos do cotidiano — o comum, o simples — são a matéria-prima para universos inteiros. Nas mãos de meninas e meninos, esses elementos tornam-se espaços, territórios e arquiteturas de uma brincadeira viva e singular.
É como se as crianças soubessem, por intuição, o que Leonardo da Vinci imortalizou: que a simplicidade é o último grau da sofisticação. Por meio da nossa atuação e dos convites que fazemos, as crianças tornam-se protagonistas de seus próprios ateliês de investigação. São contextos onde arte e brincadeira se entrelaçam, e onde adultos e crianças percorrem juntos um caminho de descoberta e pesquisa estética.
Nesse percurso, o adulto abdica do lugar de espectador para tornar-se parceiro de percurso: aquele que cria junto, amplia e enriquece o repertório infantil, habitando com sentido cada espaço disponível. A escola, a praça, a rua e os territórios da comunidade são extensões desse brincar. Ao reconhecê-los, fortalecemos o lugar da infância na vida coletiva e alimentamos a confiança de que, juntos, é possível ressignificar o mundo.
Mas para sustentar essa escola-território e manter esse corpo disponível, precisamos, nós também, de momentos de pausa, de escuta e de reabastecimento teórico e sensível. É sob o sol dessa renovação que Janeiro se apresenta como o tempo de semear novos olhares.
Para investigar, discutir e refletir sobre a criação desses contextos lúdicos, convidamos você a estar conosco na Programação de Verão 2026 do Centro de Formação da Vila. Vamos caminhar lado a lado na construção de uma pedagogia que celebra a vida e o brincar.
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Arquitetura do brincar: conexões entre espaços e imaginação na Educação Infantil

